artLisboa - 5 de Novembro

Das cento e vinte cadeiras vermelhas do Teatro Lanterna Mágica muito poucas ficaram vazias na noite de 5 de Novembro naquele que foi mais um artLisboa. A mensagem vai passando de boca em boca e as pessoas chegando àquele que já começa a ser um espaço pequeno para acolher os que querem desenvolver a arte de ajudar. Cerca de oitenta pessoas compareceram e por umas horas predispuseram-se a escutar... Não ouviram só boa música. Em cada letra escutaram a mensagem de ligações profundas com Deus ou experimentadas por quem as cantou. Nas palavras de quem traz algo de novo pelo trabalho que realiza com os outros escutaram-se valores de evangelização pura numa sociedade aparentemente fechada ao receber, às vezes e apenas, informação. Escutaram-se opiniões, de quem quis participar da plateia, num momento que já é hábito nos artLisboa... neste, falou-se de Integridade.

A abertura não foi excepção e esteve a cargo da Bandart: as vozes melodiosas da Rute e da Inês entregaram-se a Fallin, conhecido tema de Alicia Keys. Acompanhada ao acordeão pelo Ruben, que deu as boas vindas ao público, descendo as escadas da sala até ao palco a tocar no meio das pessoas, oferecendo assim uma proximidade acústica a provar que aquele ia ser um Art que prometia... e cumpriu!
Seguiu-se a cantora Paula Navarro com temas originais, num som muito calmo e cool, música tipicamente portuguesa.
O músico cristão Davan deu continuidade ao Art com temas também originais e cheios de balanço, letras que influenciam a uma relação mais íntima com Deus, pessoal e directa.
Antigamente os contratos verbais contavam mais do que os escritos. Associados à palavra de alguém vêm valores como a confiança, a sinceridade, a verdade... no fundo, sinónimos de integridade. Integridade é ser aquilo que dizemos que somos. No público ouviram-se exemplos do que ainda pode ser integridade nos dias de hoje: quem vai à mercearia e pede fiado, ou seja, quem diz que paga depois, aos que confiam nessa palavra é sinal de que acreditam na integridade do ser humano - Salmos 15:2 "O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade". Esse é um sentimento intrínseco à fé pois a Bíblia também diz em Salmos 25:21 "A integridade e a retidão me protejam, porque em Ti espero", quem é íntegro semeia boas consequências à luz da pureza de espírito para com os que o rodeiam.
A boa onda dos Inmotion contagiou a assistência com um som a puxar ao funk e a lembrar os tão actuais Jamiroquai ou Maroon 5, esta banda (do Gonçalo que integra a equipa do Art) não assumidamente cristã quis dar o seu contributo e animar toda a gente que denotou vontade de abanar o corpinho. E porque quem acredita tem o dever de partilhar com os outros o seu conhecimento acerca da Palavra para que o próximo possua a sabedoria necessária para poder optar pelo seu caminho, um grupo de motards cristãos juntou-se sob a orientação do Pastor Eddie para espalhar a mensagem de Cristo. Os Navigators vieram ao artLisboa falar do seu trabalho junto dos motards nas concentrações e por todo o país. Mandaram fazer uma Bíblia Motard com testemunhos reais de motards e o Novo Testamento com uma linguagem de muito fácil compreensão. Na última concentração de Faro, que é a maior da Europa, distribuíram uma dessas bíblias a cada trinta segundos a quem lá estava. A Bandart findou a noite com mais um tema musical e os habituais agradecimentos de toda uma equipa que se uniu com o objectivo de desenvolver a verdadeira e íntegra arte de ajudar.

Mafalda Ribeiro
12.11.05

O Que é o artLisboa?

Quem chega ao Alvito consciente daquilo que vai encontrar entra com um sorriso aberto à partilha e sabe que cada noite é diferente, quem lá vai uma vez com certeza que volta num qualquer primeiro ou terceiro sábado de cada mês. Não há idade ou sequer bilhete pago, só um convite à arte de ajudar. Quem entra no Teatro da Lanterna Mágica sem saber o que está para lá daquelas portas, quando a animação está a cargo do artLisboa, é recebido com a agradável surpresa da 'normalidade' com que pessoas de fé abordam assuntos que nos preocupam a todos. Subidas as escadas que dão acesso à sala do teatro, a magia acontece se estivermos predispostos a nos sentarmos naquelas cadeiras vermelhas. É um quebrar de 'ideias pré concebidas' ou um remar contra o preconceito que ainda existe relativamente às pessoas que por sentirem e acreditarem não são livres e não pensam por elas próprias. Ao primeiro convite para ir ao artLisboa a quem não é crente ou a quem tem medo de sair de lá convertido, já que estamos a falar de juventude, pode não ser propriamente fácil. Mas quem vai pela primeira vez a um espaço que nunca foi leva sempre expectativas, aqui não é diferente. A consequência de quem decide lá ir é sempre proveitosa, na medida, em que após a fase da decisão, a constatação de que quem lê a Bíblia também lê o Público ou que quem louva Cristo também aprecia arte, que quem reflecte sobre a temática da 'Consequência', por exemplo, também está interessado no resultado do Porto-Benfica e que quem toca temas que falam de histórias cristãs também toca tantos outros com músicos e cantores bem conhecidos do nosso meio.
O artLisboa é feito essencialmente de pessoas que arriscaram 'uma razão que crê e uma fé que pensa'. Dão-nos música de qualidade na voz e nos instrumentos tanto da banda residente do Art como dos convidados que nos apresentam. Mostram-nos projectos arrojados onde a arte de servir o próximo e viver segundo os valores humanitários impera. Conversam e riem, conhecem pessoas, reencontram outras e trocam contactos. Comem uma tosta enquanto bebem um copo. Falam de banalidades da mesma forma que focam assuntos sérios, na descontracção pura do pingo de juventude que lhes atravessa e do querer lutar por um mundo melhor. Dançam ao som do disc jockey e se calhar ainda vão à discoteca quando saírem dali... isto é o artLisboa!

Mafalda Ribeiro
16.10.2005

artLisboa - 15 de Outubro

Os nomes que compunham o cartaz marcaram a diferença pela paixão com que tocam, cantam, contam histórias, dançam e discutem um tema. DJ Ima, Ana Loback, Máquina dos Sonhos, Impact Dance e Discantus deram o mote para que o artLisboa não desiludisse quem lá esteve. A abertura e o fecho ao som poderoso da banda do Art contrastaram com a voz melodiosa de Ana Loback que cantou temas do seu último trabalho de originais. Ouviram-se palmas em sinal de aprovação à arte de cantar. Os jovens do 'Máquina de Sonhos' apresentaram o seu projecto e incentivaram à participação. Distribuíram-se folhetos de informação e falou-se de 'Missão' como arte de servir. Os Impact Dance trouxeram ritmo e irreverência na arte de dançar. O tema da noite foi 'A Consequência' e houveram intervenções da assistência como arte de discutir as vantagens de se ter boas práticas que resultam em boas consequências. Os Discantus deram a conhecer um cheirinho daquilo que será o seu disco de estreia prestes a ser lançado na arte de tocar guitarras e percussão. A arte de reflectir encerrou a noite no artLisboa - «alguém deveria ter dito àquele rapaz que é errado beber e conduzir... Talvez, se os seus pais tivessem dito, eu ainda continuasse viva...», palavras extraídas de um texto que impressionou e deixou no ar a dura realidade de que afinal nem sempre as más consequências resultam de acções nossas, mas de terceiros. E é na arte de ajudar que residem princípios cristãos de respeito e amor ao próximo, como segundo mandamento bíblico, e não só. Como ingrediente máximo para se conseguir viver melhor em sociedade.

Mafalda Ribeiro
16.10.2005